de Hilda Hilst
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.
15.12.06
27.10.06
Uma noite com você no colo
8.10.06
Li isso certo dia
Você olha a janela todo dia.
O que você aprende do que o seu olho apreende????????????
Do que a sua antena capta, o que você captura????????????
O que você aprende do que o seu olho apreende????????????
Do que a sua antena capta, o que você captura????????????
Além alma
Meu coração lá de longe
faz sinal que quer voltar.
Já no peito trago em bronze:
NÃO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negócio
que não cessa de bater?
Mais me parece um relógio
que acaba de enlouquecer.
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá fora
cai macio dentro de mim?
Arnaldo Antunes / Paulo Leminski - 1998
faz sinal que quer voltar.
Já no peito trago em bronze:
NÃO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negócio
que não cessa de bater?
Mais me parece um relógio
que acaba de enlouquecer.
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bem assim,
e o vazio que vai lá fora
cai macio dentro de mim?
Arnaldo Antunes / Paulo Leminski - 1998
18.9.06
31.8.06
um humilde presentinho
"mira o sol, que tu iluminas
encanta o mundo que te afronta
mantém sempre a força pronta
e vence a vida, ó valentina"
Aluísio de Paula
encanta o mundo que te afronta
mantém sempre a força pronta
e vence a vida, ó valentina"
Aluísio de Paula
11.8.06
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond
8.7.06
26.6.06
Às vezes ficamos impotentes diante de nossos próprios sentimentos. Parecemos crianças perdidas na própria ingenuidade dos pensamentos. E somos. Somos imbecis se agirmos pela razão. Somos imbecis se agimos pelo coração.
“Auto-crítica camarada”, dizia uma amigo meu.
Então esperamos. Esperamos o tempo. As pessoas. Uma atitude alheia. É mais fácil assim. Mas e o caráter? O que é caráter? Ter uma única personalidade, ser forte e seguro? Silenciar-se? Ninguém jamais poderia. Acho.
“Auto-crítica camarada”, repito-me diariamente.
O que é certo? Talvez o certo no mundo de hoje seja desprover-se dos sentimentos e viver fechado, como um mentiroso. Fingindo ser. Fugindo. A recusa do medo.
“Auto-crítica camarada”, penso e insisto. Mas continuo sem existir.
Sonhei que era diferente. Que poderia ser diferente. Acreditei. Mas preferi não ousar. Fiquei com medo que esse não fosse o caminho. Que caminho? Há felicidade?
“Auto-crítica camarada”, tentei.
Nós somos otimistas. Eu acho que sim. Precisamos nos questionar algumas vezes. Temos que viver intensamente. Então teremos que sofrer e ser felizes intensamente. Só não quero conselhos. Busco-os, mas não os quero. Queria apenas seguir meu destino com a certeza de estar seguindo-o. Tranqüila com as minhas decisões. Sem interrupções.
Mas somos todos impotentes. Impotentes na alma.
Chega!!! Vou pagar pra ver!!!!
“Auto-crítica camarada”, dizia uma amigo meu.
Então esperamos. Esperamos o tempo. As pessoas. Uma atitude alheia. É mais fácil assim. Mas e o caráter? O que é caráter? Ter uma única personalidade, ser forte e seguro? Silenciar-se? Ninguém jamais poderia. Acho.
“Auto-crítica camarada”, repito-me diariamente.
O que é certo? Talvez o certo no mundo de hoje seja desprover-se dos sentimentos e viver fechado, como um mentiroso. Fingindo ser. Fugindo. A recusa do medo.
“Auto-crítica camarada”, penso e insisto. Mas continuo sem existir.
Sonhei que era diferente. Que poderia ser diferente. Acreditei. Mas preferi não ousar. Fiquei com medo que esse não fosse o caminho. Que caminho? Há felicidade?
“Auto-crítica camarada”, tentei.
Nós somos otimistas. Eu acho que sim. Precisamos nos questionar algumas vezes. Temos que viver intensamente. Então teremos que sofrer e ser felizes intensamente. Só não quero conselhos. Busco-os, mas não os quero. Queria apenas seguir meu destino com a certeza de estar seguindo-o. Tranqüila com as minhas decisões. Sem interrupções.
Mas somos todos impotentes. Impotentes na alma.
Chega!!! Vou pagar pra ver!!!!
6.6.06
Queria ser milionária
Dinheiro
É um pedaço de papel
Ou uma arma
Ou um céu
Não é nada
Mas pode ser muito
Sem dinheiro
Não se vive por inteiro
????????????????????
Com dinheiro
Não se vive por inteiro
????????????????????
esdrúxulo (adoro essa palavra)
ou luxo
É um pedaço de papel
Ou uma arma
Ou um céu
Não é nada
Mas pode ser muito
Sem dinheiro
Não se vive por inteiro
????????????????????
Com dinheiro
Não se vive por inteiro
????????????????????
esdrúxulo (adoro essa palavra)
ou luxo
5.6.06
SURPRESA...
Uma fresta pequena separa os lábios
Olhos bem abertos, hostis
É tão difícil entender
O que se passa mundo afora
É tanto tempo
Em poucas horas
Vou me deitar
eu vou
Olhos bem abertos, hostis
É tão difícil entender
O que se passa mundo afora
É tanto tempo
Em poucas horas
Vou me deitar
eu vou
29.5.06
De que vale o céu?
De que valem os sentimentos? Alegria ou tristeza. Amor e ódio. Solidão, rancor, mágoa, amizade, carinho. Enquanto nos acolhem, podem nos apunhalar pelas costas. Tenho-os comigo. Todos. Todos espremidos em 15 minutos de um mesmo dia. Um dia ensolarado e nem era domingo. Tenho-os comigo. Todos espremidos em uma única pessoa. Amiga, inimiga, do bem e do mal, que me transborda de risos, mas me deixa sozinha nas lágrimas. Anjos e demônios. Não sei mais para onde ir. Que caminho deveria seguir. Em quem e no que devo acreditar. Sinto existir. Só tento resistir. À vida.
Busco o equilíbrio. A equação exata. A saída. A coragem e a vitória.
Busco o equilíbrio. A equação exata. A saída. A coragem e a vitória.
JULGAMENTO
Eu sou Crislaine B.. Tenho 23 anos. Estou grávida. Atenção curiosos que estavam na dúvida ou não sabiam: é verdade. Vou ter um filho. Um filho de uma mãe que tenho medo de ser. Um filho de um pai que nem quer saber, saber o nome, se é homem ou não. Com uma família que aceita, rejeita, metade ama, metade ignora. E que momento difícil. Dos milhares de amigos que tinham restaram tão poucos que é fácil de contar. E ainda que os multiplicassem, muito menos seriam. Eu amo essa criança. Amo também todas as lembranças, que hoje ficam para trás. Quero que saibam que minha tristeza é por vocês, não por mim. Estou num mar de rosas. Sem fim. Um filho é algo eterno. É meu coração fora de mim. Só que os olhares que vejo ao meu redor, já não sei se ha verdades assim. Nessas vozes, nesses sorrisos, naum sei mais se são pra mim. Então escrevo. Escrevo para entender porque voltou a me procurar. Por que todos voltaram a me procurar? O que há? Não existe culpa, não há. Te perdôo, mas não esqueço. Não sinto raiva, sinto mágoa. Estou tão congelada. Assustada com certas reações. Ser humano canalha. Justiça hipócrita. Política. Revolução. Comida e ração. Que mundo espera meu filho? Quem ele será? Como será? Será? Vou te pegar e levar pra esse meu cantinho, onde até mesmo eu, 1 metro e oitenta, me sinto pequenininha. Vou te dar um beijinho e dizer que te amo. E que só isso quero amar e te ensinar. Pronto. Não há felicidade. Existem momentos felizes. Você me salvou de tudo isso, prometo te salvar também.
26.2.06
19.2.06
há verdade? a verdade
Força e fraqueza
batidas desordenadas no coração
sou livre, mas e se o meu caminha já foi traçado?
Um dia chorei
tive medo
e encontrei a seriedade na alucinação
Silêncio
o amor eh piedade
Eis o sono
assim permaneço sozinha
presa numa infancia
nos mistérios da vida,
da puberdade
um erro
repudiando e amando
Como um grito mudo
entre o ser e o estar
E o azar, ainda não falei da sorte
e do bolo de marshmallow
da galinha que ciscava e naum via o sol
Perda total de memória
quanto ao todo
nunca sei
queria naum ter medo do escuro
Mas certas coisas resistem às explicações
AUTOINTERROGO-ME
e depois que se é feliz?
batidas desordenadas no coração
sou livre, mas e se o meu caminha já foi traçado?
Um dia chorei
tive medo
e encontrei a seriedade na alucinação
Silêncio
o amor eh piedade
Eis o sono
assim permaneço sozinha
presa numa infancia
nos mistérios da vida,
da puberdade
um erro
repudiando e amando
Como um grito mudo
entre o ser e o estar
E o azar, ainda não falei da sorte
e do bolo de marshmallow
da galinha que ciscava e naum via o sol
Perda total de memória
quanto ao todo
nunca sei
queria naum ter medo do escuro
Mas certas coisas resistem às explicações
AUTOINTERROGO-ME
e depois que se é feliz?
18.2.06
Crislaine criatividade
"Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente.
Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa
outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não."
Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa
outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não."
9.2.06
Às meninas com estrelas
Este é o primeiro texto que deixo aqui neste mundo virtual. Dedico todas essas palavras às bonecas. As meninas com estrelas. Já sonhei em ser como vocês. Se pudesse começar tudo novamente, talvez seria. Mas não quero ficar lastimando. As coisas são e pronto. Eu não tenho estrelas, mas tenho o silêncio. Embora pesado, ele tem seu valor.
Bonecas não erram. São infláveis. Não são humanas. Ou serão?
Eu acredito na pureza. Mas meu sangue escorre grosso de ódio pelas minhas veias. É como se eu acompanhasse sua trajetória e deixasse com que minha vida descrevesse labirintos. Sem saídas. Símbolos mitológicos que me fazem: ora ser, ora não saber o que seria. O que seria se existissem verdades, ou apenas sonhos. Ou ainda, Peter Pan. Lendas vivas.
Eu não sou uma boneca. Eu errei. Muitas vezes. Ainda não sou uma mulher, muito menos a menina. Até a menina deixei de ser. Sem futuro, sem passado. Ultima tentativa. Uma vida. Eu tenho uma vida. Não sinto mais culpa de nada.
6.2.06
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