27.7.08

FAEL

O tempo anda mais curto, me parece. Eu peguei um trem. Estava escrito: destino incerto. Subi nele, pra variar. Foi quando cheguei à conclusão que de tão irracional, tão irracional, tudo se tornara racional demais e... E eu tropecei e estava prestes a cair no abismo quando uma mão me segurou e disse: não há necessidade de se jogar, não comigo. "Eu tenho asas". Se penso choro. Lágrimas de sorvete. Carvão gelado esse. Bem nesse instante vejo as provas a serem corrigidas. Você não é o culpado disso. A contemplação dos momentos e lembranças não me permite. As vezes quero fugir. Porque tudo isso é demais para mim. Não capto. Não temo, mas sofro. Calada. Acho que não sei ser feliz. Melancolia bucólica. Ele me decifra. Me conhece tanto em tão pouco. É o simples. Simplicidade exagerada. E quando amanhece o dia tudo se torna ambiguamente claro. Eu adoro. Adoro. Sei lá. Foi assim. Assim será. Não espero nada. Nem remarei. Meus braços são fracos. A correnteza nos guiará. O vento. As chuvas todas. Quanto granizo. E tudo vira ouro. E juntos somos riquíssimos. Milionários.

DISTRIBUIMOS MONEY: SOMEONE QUER?

O unico dinheiro limpo do mundo. pena que anda RARO. Raridades. Sebos. Antiquarios. Antiquados. Apaixonados.

JUST THAT.

Socorro!

Sou romantica...

16.7.08

De olhos bem fechados

Uma piscadinha de canto

Um cano furado. Escapamento. Cheiro horrível que se espalha no ambiente, sufoca. Foi assim que aqueles olhos tentaram se distanciar. Não que não queriam ver. Absolutamente. Não queriam sentir. Aí as pupilas dilatam, a pálpebra amolece e os olhos quase quase se fecham. Sentem tanto sono. Normal. A vida anda cansativa para todos, inclusive para os olhos. Se pudessem talvez enxergar as coisas na sua forma real. Mas ficam vendo tudo invertido. E acabam sentindo tudo invertido. E confundem constantemente a realidade. O óbvio. Ócio.
Hoje eles resolveram se maquiar. Com a maquiagem pareceram mais bonitos, alegres. Um rosa suave se enfumaçava com o vermelho sangue e o lápis preto. Lindo! Sensual.
Olhos grandes, olhos pequenos. Olhos interrogativos. Fontes de expressão. O canal das lágrimas.
Aqueles olhos saíram para o mundo. Escolhiam bem o que enxergar. Brilhavam de vez em quando. E nunca deixaram de te imaginar.

11.7.08

CATARRO

Tudo pesa para os olhos que não valem ouro. São pilhas de madeiras empilhadas de forma desigual. Caem sempre quando ficam altas. Mas como uma girafa estica seu pescoço comprido e dialóga com as estrelas:

- Pois bem, ando farta de reclamações.

- Você está reclamando das reclamações.

- É verdade. Desculpe.

- Desculpada.

Depois se abaixa bem abaixada para que ninguém possa ver. E se cala. No mais puro silêncio não enxerga seu orgulho. Se sente humilde no seu hedonismo.

Se for feliz assim até vale. Mas, é?

10.7.08

O USO DAS PALAVRAS OBSCENAS

"Desmedido eu que vivo com medida
Amigos, deixai-me que vos explique
Com grosseiras palavras vos fustigue
Como se aos milhares fossem nesta vida!

Há palavras que a foder dão euforia:
Para o fodidor, foda é palavra louca
E se a palavra traz sempre na boca
Qualquer colchão furado o alivia.

O puro fodilhão é de enforcar!
Se ela o der até se esvaziar: bem.
Maré não lava o que a arvore retém!

Só não façam lavagem ao juizo!
Do homem a arte é: foder e pensar.
(Mas o luxo do homem é: o riso."

Bertolt Brecht