6.9.11

Eu apaguei a luz.

Que esse Deus que vós proliferais pela boca seja menos sangue. Porque se tudo se justifica em simples palavras a poesia já seria rainha. Não dá, esse meu leve hábito de acreditar me faz uma suicida compulsiva. E eu morro diariamente frente à seus olhos e a tantos olhos que nos olham-vazios-insuportáveis. Já haviam meses que eu não bebia. Estava realmente buscando algo que me facinasse no mundo a ponto de eu não precisar de mais nada. Mas essa busca eloquente por um sentimento que valia é nula em mim. Num momento triste como agora, que me sinto triste e oca, num momento assim me permito um pouco fracassada para meu eu. Entretanto se observo meu redor, o que eu fui além de uma guerreira da vida? Uma guerreira banana que nao sabe se anda, se senta ou se apaga da memória as roxas porradas que a falta de algo me causou. E bebo mais já que é véspera de feriado e chove muito lá fora. Bebo por cada medo que engoli inteiro e sozinha. Cada mão que me soltou no precipício sem ao menos olhar para trás. À sua ausência de espírito. Ainda sinto gemer seus gritos de socorro no meu ventre. Mas não há mais vida em mim para que ao menos eu possa me despedir. E as ofensas serão infinitas enquanto eu, mulher.