7.11.12

Alvo branco

O desejo assassino as vezes desperta mesmo nas almas mais ocas. Naquelas dondocas queridinhas é onde ele vive certeiro. Sobre o cerrado no verão anda mais tranquilo, pois o frio é sedutor. Escorrem navios encobertos de plumas sobre a mesa de taças finas e corpos rosados. Ali mora o pergio, sangue, crueldade. Nas entrelinhas mal escritas dos versos que nunca, nunca foram ditos. Por que se chama saudade, silencio, timidez, ingenuidade, aquilo que deveria se chamar escuridão? Óh noturna senhora que olha de canto para as camas vazias. Não sabe nada da vida. Sente ali fora e corte seus pulsos para sentir a dor que chóra. Chore feito uma vadia por tudo aquilo que deixou de ser para parecer o que seria. Se eu pudesse meter uma bala em cada cabecinha dócil que me afaga. Não! Não se perca. Tem que ter peito e raça para permanecer de pé nesta estaca. Não vale cair.

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