2.9.12

Blue moon

Esse corredor eu já atravessei. A mesma dor que me arranca tudo pela raiz. Essa mesma intensidade as vezes me persegue feito alegria. Dessa confusão que nunca se completa alimento em mim uma angustia infinita. E com um ventinho qualquer pode virar tempestade ou escultura. Sou uma escultora. E a realidade sempre foi invisível. Há quem diga que eu custo a enxergar. Também tem quem me acuse de mentirosa. No meu mundo a floresta sempre foi escura e cheia de enigmas monstruosos. Embora já conheci o paraíso. Eu fecho a porta da minha casa com pedras e espinhos. Abro-as apenas na hora do jantar. Estendo as palmas da mão cheias de vida, mas todo aquele que se senta na mesa vê minhas mãos vazias. Como se uma magia me tirasse o direito de ser. Ali na mesa, diante de todos os copos e versos manuscritos, talheres, facas e garfos, todos comem rapidamente para irem embora feito cães saciados. Já com receio tenho aprendido a tirar a mesa, lavar os pratos e esperar a noite seguinte, um outro jantar, com a mesma face me olhando como se nunca soubesse o que era amar.

Um comentário:

António Je. Batalha disse...


Olá , passei pela net encontrei o seu blog e o achei muito bom, li algumas coisas folhe-ei algumas postagens, gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns, e espero que continue se esforçando para sempre fazer o seu melhor, quando encontro bons blogs sempre fico mais um pouco meu nome é: António Batalha. Como sou um homem de Deus deixo-lhe a minha bênção. E que haja muita felicidade e saude em sua vida e em toda a sua casa.