8.9.12

A ausência

Ao chegar na terceira estação já é possível observar os diferentes percursos que percorri nos últimos meses. Sensação de ter quebrado os parapeitos que eu ainda podia me apoiar. Em todas as esquinas de todas as cidades por onde passei alguns olhos me perseguiam com o desejo cruel que eu fosse descoberta, que me prendessem nesse calabouço cuja saída não seria menos pior. Feliz é aquele que nunca acaba de ver. Posso escutar as gargalhadas secas dessa plateia. Sem problemas... é o risco de sempre querer estar na estação, no ápice, no dilúvio. E quando me recolho, apago as luzes, me desboto. Passo a andar em linhas de zigue e zague para ganhar tempo e desviar os vãos que tu me destes. Uma valeta que só tropeça quem não toma cuidado. No final de cada viagem, as paginas em branco são examinadas minuciosamente, exceto quando pegas de surpresas.

2 comentários:

Rodrigo Predja disse...

Gosto da amplitude de percepção, principalmente quando ela é consequencia natural daqueles que desejam a Vida na vida. Sofrer, satisfazer; gostar, detestar; faces de uma mesma moeda que nunca cessa de ser lançada ao ar. Todos os dias de manhã a menina se alegra com um presente que ganhou! Ouro! Sentido! Prótese cardíaca! A Luz do Sol! Vida! Parabéns minha cara, eu me alegro contigo.

Juana Dobro disse...

Obrigada Rodrigo, fiquei muito feliz com seu comentário!