E ela entrou no bar. Noite vazia. De tão sentimental por pouco lhe vazava nas bordas lágrimas bem transparentinhas. Um coração incurável sempre com ar de moradia. Não era para ser naquele momento, mas lhe caiu como um gole ardente do álcool mais puro. Só não sabia, que de volátil nada havia. Com a cabeça baixa, mesmo triste, não poupava o riso. Era para que a vida fosse mais impo...rtante que tudo. E seria. Olhou para aquele homem barrigudo e desleixado que ficava atrás do balcão murmurando dizeres sem nexo, de forma que as vezes ofendia, e pediu:
- Uma dose.
A dose transbordou sobre a mesa, escorreu por todos os lados, preencheu todos os vãos, cantinhos e espaços. Quase que ela não consegue segurar tudo de uma vez porque nunca havia ganhado uma dose assim tão grande, tão forte, tão encorpada de álcool e embriaguez. A dose veio com um delicioso acompanhamento, de brinde: um destino.
3.11.11
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