2.4.12

Labirinto

Em veneno me atiro em ti
para beber sem sede
até o interím deste inverno
onde os casacos de pele
nos cobrirão pálidos
entre os tumulos que nos afastam

São cinco os sentidos
sinto sempre o seu pulsar
o sangue da sua masculinidade
o sorriso intermitente

Soslaio, brilho e tragédia
As crianças completaram o quadro
do artista que sobre o ombro
vergava lua escura da noite
Sempre a esperar

Assim espero
sua boca acariciar meus seios
e te dou ouro
mesmo sabendo
que sua fome é de pão

Se falo amor
eu me ajoelho à morte
desmascarando o prazer
que em mim
também é dor

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