As vezes ando entre a cozinha e minha cama
Choro para não sentir frio
É um fio muito tênue
na desgraça caio em graça
Você me pergunta:
Qual é a sua doença?
Está na sua boca
entreaberta
lendo meu texto
como se me soubesse
Há em ti desejos que também não conheces
Acaricio sua mão
Deverias sabê-los
Olho para fora na noite vazia
Esta mesma noite também aparece assim para você?
A morte dá calafrios nos meus seios
Num bar contarás esta história
O grito louco das gaivotas
Nunca vai permitir-te ser minha inspiração
Mas juntos alimentaremos os vermes do lodo
Que o sono os possui
nós não
30.4.09
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