O copo caiu de sua mão, estilhaçou. Não jorrou sangue de sua alma pecadora. Ela ri da vida que lhe cabe. Com os sentimentos brinca, prostitui-os. Sai de cena quando quer respirar.
É por isso que eu confio com dificuldade nela. Porque a dor vem a ela como neve e vai dela como fogo. É um mito sensitivo. Contávamos as notas daquele dia de trabalho. Uma por uma miudeza de números tão chatos de se somar. Se não fosse por aquele dinheiro nunca estaríamos seduzindo essa infelicidade. É o desapego que me cabe nos pensamentos do dia. E nós íamos de ia em ia sem saber que você sabia onde isso iria chegar.
Estrada Velha. Pedi a ela para não se assustar com o que eu lhe disse. Afinal, nem sempre a verdade se concretiza. Sabemos bem o gosto do alimento que nos agrada o paladar. Pálidas! Contornamos as situações e voltamos caladas. Não foi medo não. É que o cabelo dela estava oleoso. (“Não gosto de sair com os cabelos oleosos. Sinto-os pesando meu corpo.”) Higiene é essencial para mulheres como nós. E como nós não somos amigas íntimas eu nunca soube se tudo tinha dado certo. Foi uma tentativa. A primeira delas.
Mas eu devo admitir que é bom demais da conta ser dona do mundo. Desde que ficamos famosas nas páginas vermelhas, minha vida tem se tornado muito mais estúpida e gostosa!
5.6.09
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Um comentário:
Ficar feliz com o que é desprezível... ainda vai à igreja, e jura aos pais amor eterno. O diabo sabe a quem fala. Tú o escutas. Seres do submundo, sujos. Te olham com cara de sofrimento, tu os acolhe! Pena de ti!
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