3.4.09

Hombre, gracias

Ele tentou e conseguiu: tirou ouro do carvão. Pensando melhor, quem não é um acaso na vida? E foi assim. Enquanto o mundo representa com obediência o papel de ser, ele, embora não parecesse, não fazia parte dessa corja. Creio que se reconhece um homem por isso, pelo quanto ele pode surpreender uma mulher. Surpresas boas, por favor. Não é difícil representar. Todos representamos diversos papéis ridículos, educados, silenciosos, enfim. Poucos são puros. E ao falar de pureza, falo da sinceridade de cada um. De poder se ver pleno. “Nada é melhor do que tudo”, ouvia isso enquanto dirigia. Muito bem. A gente pensa demais. Com isso, teme demais. Eu ainda acredito nos sentimentos (expressividade). Meio cafona isso. E contraditório. Porque temos de ser hedonistas no dia-a-dia. Achar esse equilíbrio é a peça chave. Eu busco sempre o convívio com pessoas inteligentes, letradas, mas não é aí que encontro. Encontro sempre na simplicidade. Não digo simplicidade material. Alguém com alma. Neste momento, estendeu sua mão e me ajudou. Sem julgamentos. Segurou-me e confundiu a minha dor. Me desculpem, tropecei na verdade. Agora é ela que carrego comigo. E nela que eu me apoiarei. Na certeza de que o amor nos permite muito (seja sofrimento, seja contemplação). Assim entrego as minhas mãos à todos ou àquele que me enxergar sensível. Nada é mais lindo que a sensibilidade. O choro, o riso. Na plenitude do significado. Agora, com minha atual falta de nobreza, digo, e não me orgulho: minha mágoa com o mundo escureceu minha franqueza. Hoje não sei amar, mais ainda tenho o desejo. Dos homens que eu tive não quero lembranças. Nem mágoas nem esperanças. Distância de mim. Minha bengala ainda são meus sonhos. Sonhos pornográficos.

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