Porque tenho pouca coragem quando devo ter muita
E muita quando devo ter pouca
Sou paradoxalmente rouca
Tenho uma perna que tenta andar
Enquanto a outra descansa
Para além do acaso
Onde estiver
o destino não me agarada como raiz
Dele nasce o julgamento
E é só o que dizem ao meu respeito
Há uma podridão de valores
Invertidos
enrustidos
Irresistiveis
Perversão da pérola do meu suave climax
Eu perdi o desejo que arde
em verdade pura
Na troca ganhei algumas fatias instantâneas
Nunca senti-me tão ausente de mim
Como me sinto na deriva da arte dilascerante de tentar amor
Monalisa do sorriso fraco
Ao meu beijo tua vida me saía
Como num trabalho paciente do peão
Eis a fuga do espírito individual
Estamos todos doentes por nos sentirmos doentes
Assim foram feitos os tecidos opacos e sem cor
Grandes e bonitos demais para mim
3.3.09
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Um comentário:
Bonito ....mas muito triste....bj
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