Dedico estes versos ao primeiro homem
(por hora o leitor não terá como saber, porque o primeiro e o terceiro, assim como o do meio, são o mesmo)
Lerá portanto o que eu escrevo agora
E não me importa a tristeza
Do secreto futuro onde víamos nós
E não havia mais nós
Não há um único ato que não corra o risco
Confesso
Ainda o amo amor de raiz
Como houve um primeiro romance
As mãos tremiam a voz rouca
Tudo queria tocar, sentir
Foi aí que o adeus começou a me doer feito faca
Estabeleci um vinculo
O sabor já não era meu
Mas eu aceitei provar
Naquele exato momento disse a mim mesma:
Estarei junto dele no infinito e nos seus braços dormirei
Ele segurou meus dedos e permitiu o prazer
Negro prazer
Aqui sim a praça teve graça e a rima rimou tanto que travou a língua do personagem menino que ria de seu destino
Eita piedade
Depois de fotografar a cena
Não sobrou nem carvao
O leito desceu a margem
E a sede me fez pedir
Hoje as palavras arrebentam a minha secreta catedral tipográfica
E meu único nome já não queria existir
É tempo de Natal.
E é cinza o poema descrito
Sofro ter ouvidos e calos
O que ainda sinto é o verbo pronunciado
Por tua boca
Por tua mao
E que nessa hora eu possa lembrar
Que todo instante solitário
É também uma véspera
De outro amor
De um quarto homem,
Que eu ainda sonho
Em permanecer primeiro
De tanto acreditar e com medo
Não acredito com medo
De ter que desacreditar
MALDIÇAO
Quero ser enterrada do seu lado
Como num filme extraordinário
Em que nada pode dar certo
Porque esta sempre foi a nossa escolha.
5.12.08
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