4.4.08

INSUFICIÊNCIA

Não te preocupes
Não te movas
Deixa cair teu corpo sobre o meu
E bebo-lhe a boca
Num beijo ancioso

Ia dizendo em voz baixa
quase um sussurro
Eu gostaria...

Ardente e suave
Quando coberta a noite
Vou me despir
Derrubando a ultima gota
do sangue do cordeiro

Então o desejo
puro
Se torna vulgar
A chama se apaga

Serena aurora
vê-se apenas inocentes
que tentam andar

Mas seus sonhos pesados
não são contos infantis
Vêm com menos deuses e mais diabos
A dor e a morte
lhe atraem

E o amor lhe é isso

Fascínio simples
Desejo cru
Vira de novo a flor
Fecham-se os medos

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